segunda-feira, 31 de março de 2014

Cada 1% de aumento na taxa de juros custa R$20 bilhões aos brasileiros


Gostaria, meus caros, de recomendar fortemente a leitura do texto abaixo, publicado na revista "Carta Maior" online:

Somos educados para o analfabetismo econômico.

É claro, é claro, tem um viés governista, porém, filtrando isso, os argumentos colocados pelo autor do texto para sustentar sua afirmação são brilhantes, na minha opinião.

Realmente, os meios de comunicação espalham aos quatro ventos que o rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poors é algo extremamente maléfico para a nossa economia, quando isso pode não ser verdade para todo mundo.

Até por minha formação, não sou favorável a se desprezar totalmente uma avaliação de risco de investimento feita por uma agência que seja idônea, só é necessário observar a quais interesses essa agência atende.

No caso da Standard & Poors, esses interesses estão claríssimos: indicam aos grandes investidores "financistas" onde investir seu dinheiro e obter o maior retorno com menores risco e esforço. Ou seja, indicam aos realmente ricos e poderosos onde é possível ganhar dinheiro com pura especulação, sem necessariamente gerar produção, emprego e renda.

Quanto maior a nota de um país nessa agência (e outras), isso significa que este país se preocupa mais em atender aos interesses desse tipo de investidor em detrimento de outros interesses.

É uma questão de prioridades.

Você prefere pagar um Mineirão por dia de juros da dívida ou que estes valores sejam destinados a coisas que beneficiem a todos?

quinta-feira, 20 de março de 2014

Supernatural: foi legal, mas já deu, né? [SPOILERS]



Eu não comecei a acompanhar Supernatural logo que começou a ser exibido, em 2005. Nessa época, que nem faz tanto tempo, pouca gente conhecida acompanhava as séries que estreavam nos EUA, não era como hoje. Hoje é possível encontrar na Internet desde episódios legendados em tempo real até episódios no dia seguinte com uma legenda de qualidade razoável/boa.

Hoje é muito mais fácil acompanhar as séries sem ter que esperar a boa vontade dos canais brasileiros, mesmo os pagos.

Quando comecei a assistir todos os episódios em sequência, a série já estava na quinta temporada, se não me engano e, posteriormente a isso, comecei a acompanhar os episódios que saíam a cada semana. Antes disso, via episódios esporádicos (e dublados) no SBT.

E foi justamente na quinta temporada que, na minha opinião, a série deveria ter acabado.

A ideia de explorar lendas urbanas, colocando dois personagens carismáticos, ao som de AC/DC e um complemento de trilha sonora muito bom, para caçar monstros, um mais feio do que o outro, viajando num carro que praticamente tem personalidade própria não poderia dar errado.

A trama da série, até a quinta temporada, é bastante razoável, considerando a proposta dos produtores. Supernatural nunca foi uma série genial, mas como entretenimento cumpriu bem sua função. Teve elementos de terror, de drama, comédia e ação. Um ou outro episódio "nada a ver", mas nada grave.

Isso até a quinta temporada.

O problema é que, depois da quinta temporada, a trama original acabou. Sim, acabou.

O final com Sam possuído e preso no inferno, Bob e Castiel mortos e Dean como único sobrevivente seria um excelente final. A história faria muito sentido se terminasse ali. O desfecho tão esperado e imaginado havia acontecido de maneira satisfatória.

Mas não. Infelizmente não. Resolveram produzir uma sexta temporada, uma sétima, uma oitava e agora estamos na nona temporada.

Nessas quatro temporadas que seguiram, a história deu tantas voltas, apelaram tanto ressucitando, revisitando, desfazendo o mundo criado até a quinta temporada. A trama já mudou de rumo e já apelaram tantas e tantas vezes, no sentido de extrapolar totalmente o "sistema" criado pela série e deixar a história em aberto para poder jogar qualquer coisa que se queira nela, que eu confesso que já estou meio perdido e não vejo a hora de acabar.

E você?

Média cega, fala amolada



Desconfie de resultados mirabolantes que citam a média como única medida estatística de comprovação.

Por exemplo, você pode ouvir/ler por aí que o salário médio do brasileiro é de R$ 1.649, que o número médio de filhos por mulher (taxa de fecundidade), no Brasil, atualmente é de 1,8 ou que, na média, para cada barril de petróleo retirado um é água. Não, eu não me canso de usar este último exemplo.

O fato é que a média, analisada isoladamente, não diz muita coisa. A média não passa do valor intermediário entre os extremos da distribuição dos dados em questão.

Na faculdade de Matemática, que fiz no começo da década passada, tive um Professor de Estatística que dizia: "se eu como um frango e você nenhum, na média, cada um comeu meio frango, só que eu estou com indigestão e você com fome". Eu jamais vou esquecer dessa brilhante contextualização e toda vez que me lembro dela, mesmo agora, acabo rindo sozinho.

É claro que a média tem um poder de síntese, afinal, ela expressa, de certa forma, uma concentração dos valores numéricos obtidos na amostra em torno de um único valor. Então, na ausência de estatísticas mais completas, a média pode servir como guia de análise.

Entretanto, numa época em que temos computadores em nossas mãos e a computação de vestir está "estourando por aí", numa época em que a obtenção de dados suficientes para uma análise mais completa não é, na maioria dos casos, algo intangível, apresentar a média como se fosse o "suprassumo" das análises estatísticas, como acontece bastante nos meios de comunicação, é leviano e desonesto.

Isso me leva a afirmar o seguinte: quer uma análise dos seus dados que leve a conclusões válidas e úteis? Você tem duas opções: (a) estude Estatística, (b) consulte um(a) estatístico(a) ou alguém que também tenha bons conhecimentos em Estatística.

Senão você pode acabar com indigestão ou fome.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Evasão no Mestrado chega a 70%, por que será?

Outro dia, não faz muito mais do que um mês, alguns colegas me chamaram a atenção para a seguinte reportagem: "Evasão no Mestrado chega a 70%", veiculada pela Folha de SP.

Resumidamente, a reportagem mostra o que vem acontecendo nas grandes Universidades brasileiras: alunos de Mestrado e Doutorado estão abandonando os cursos, principalmente nas áreas de Ciências Exatas e Engenharias, por causa dos baixos valores das bolsas (R\$ 1.500 no mestrado e R\$ 2.200 no doutorado) e do surgimento de vagas com salários mais atrativos no mercado de trabalho.

O curso de Mestrado que deu título à reportagem foi o de Matemática Aplicada e Computacional, na Unicamp, registrando 70% de desistência, sendo o caso mais grave nesse sentido.

Tentei encontrar a série histórica com os valores das bolsas de Mestrado e Doutorado no site do CNPq, mas não obtive êxito nessa tarefa. Eu queria analisar os valores das bolsas em relação ao salário mínimo ou algum indicador, como a inflação por exemplo, para ter uma ideia do quanto o valor relativo das bolsas havia caído.

Eis que o site posgraduando "realizou meu sonho" e publicou em sua página do Facebook a seguinte imagem:

Fonte: posgraduando

A imagem quase dispensa comentários...

Em 1994, uma bolsa de mestrado representava 10 salários mínimos, enquanto que uma de doutorado representava 15 salários mínimos. Se essa relação tivesse se mantido constante, mestrandos receberiam algo em torno de R\$ 7.250 e doutorandos receberiam mais de R\$ 10.000, lembrando que bolsas não são tributáveis no IR, ou seja, esses valores seriam líquidos. Valores difíceis de serem superados pelo mercado, que teria que "rebolar" para "roubar" profissionais da Ciência.

Com as bolsas de hoje e o custo de vida elevadíssimo, principalmente, nas grandes cidades é quase impraticável "se manter" sem passar alguns apertos. É óbvio, é esperado, é claro que se o mercado oferecer um salário quase equivalente ao que o mestrando/doutorando alcançará quando concluir o curso e SE passar num concurso, ele tenderá a abandonar a carreira acadêmica e buscar melhores condições de vida.

Ser cientista não implica em voto de pobreza, apesar do retorno financeiro não ser a única coisa que os cientistas sérios buscam.

Olhando para este gráfico, a única, e triste, conclusão que posso tirar é: não seria possível acontecer outra coisa depois de tanto descaso de TRÊS governantes, do ponto de vista financeiro, com os nossos mestrandos de doutorandos.

Até a próxima.

domingo, 16 de março de 2014

O PT não vai salvar sua Cidade, seu Estado nem o Brasil



E nenhum partido vai. Não enquanto algumas mazelas que existem há décadas perdurarem.

A simples ideia de que um partido, no sistema político em que se encontra o Brasil hoje e com esta quantidade de problemas sociais, irá salvar a sua cidade, seu Estado ou o Brasil é uma tremenda ingenuidade.

O PT tem um estilo de governar que me agrada, ideologicamente falando. Tanto me agrada que eu sou filiado ao partido.

Falando da era Lula-Dilma em que vivemos, quando tomamos qualquer indicador econômico ou social, vemos que houve enormes avanços, apesar de todas as falhas que poderíamos apontar nas decisões tomadas pelo governo e seus aliados.

Houve avanços na Educação, na Saúde, apesar de pessoas ainda morrerem nas filas dos hospitais, milhões de pessoas saíram da miséria, milhões de pessoas puderam entrar numa Universidade ou curso técnico e conseguir melhores empregos, melhores opções, melhor qualidade de vida.

Até mesmo o estilo de privatizar, um mal necessário às vezes, é diferente. Basta comparar o que foi a privatização da Vale do Rio Doce (atual "Vale") e a privatização do pré-sal.

Mas o alcance do PT, ou de qualquer partido que estivesse no poder, em mudar a vida das pessoas encontra um limite bem nesse nível. No nível da melhoria, quando queremos o nível do "resolver" os problemas.

O Brasil é um país que precisa de reformas!!!

Reforma política, reforma tributária, reforma no sistema educacional, reforma no sistema de saúde, reforma no sistema penal. Essas são as cinco que eu consigo imaginar necessárias inicialmente.

Vejo muitos dos meus amigos e conhecidos fazendo reclamações do tipo: "nossa, quantos impostos", "nossa, que atendimento horrível no SUS", "nossa, que porcaria de estradas e ruas das cidades nós temos, mesmo pagando tantos impostos", "nossa, fulano (prefeito, governador, presidente) só faz 'cagadas'", "o bolsa família só cria vagabundos". Não com essas palavras, eu usei termos mais suaves. Também quero deixar claro que todos tem o direito e o dever de se manifestar.

O que as pessoas não conseguem enxergar, por falhas no sistema educacional ou influência da mídia, que em geral só quer nosso dinheiro, é que as coisas são muito, muito mais complexas do que parecem.

Enquanto nós continuarmos olhando apenas para os nossos objetivos, não pensarmos coletivamente, não entendermos quem nem sempre o ideal é disputar em vez de colaborar (não estou falando de caridade), continuarmos elegendo bandidos e perpetuando a cultura do "jeitinho brasileiro", nada será resolvido, no máximo pode ser melhorado.

As esferas do poder continuarão mais preocupadas com seus próprios jogos de interesse do que com os problemas que enfrentamos todos os dias. Não nos sentiremos representados como acontece hoje.

Enquanto a sociedade como um todo não se envolver para resolver estes problemas, em vez de ficar esperando que os bandidos que elegemos (que sempre são os maiores praticantes do "jeitinho") resolvam milagrosamente todos os incontáveis problemas do Brasil, reclamar dizendo "fulano só faz 'cagada'", enquanto compartilha nas redes sociais uma opinião pronta e vendida dos "intelectuais" da mídia, aquela que quer seu dinheiro, é uma reclamação tão vazia quanto a cabeça de quem a faz.

terça-feira, 4 de março de 2014

A onça virou um gatinho, mas não é bem assim...

Créditos da imagem: oglobo

Mais uma vez, uma informação verdadeira é apresentada e analisada de maneira incompleta aqui.

Sim, é verdade que a moeda, o Real, perdeu poder de compra em 20 anos. Assustadores 347,51% de inflação, fazendo com que o real tenha perdido quase quatro quintos de seu poder de compra.

Trocando e miúdos, o que se comprava com pouco mais de 20 reais em 1994 hoje não se compra por menos de 100 reais.

Até aí tudo bem.

Porém, não se pode realizar a análise de poder de compra de uma moeda desvinculando a inflação do salário mínimo, cujo valor é outra discussão.

O salário mínimo em 1/7/1994 era de R$ 64,79, hoje é de R$ 724 (Fonte: portalbrasil), isso representa um aumento de 1.117,45%, um aumento TRÊS vezes superior à inflação do período.

Cuidado com os índices apresentados e analisados de maneira isolada, infelizmente, nem sempre eles são o resumo da realidade.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Matrix de volta?



De acordo com o site Latino-Review, sim.

Os irmãos Wachowski estariam neste momento (força de expressão) escrevendo os roteiros para uma nova trilogia com base no mesmo universo para a Warner Brothers.

Para ser honesto, eu estava até estranhando o fato da Warner não ter, até agora, encaminhado a produção de novos filmes sobre o universo criado em "The Matrix", porque no cinema, hoje, histórias bem menos complexas viraram franquias.

Apesar de eu ser fã da trilogia original e, obviamente, sempre ter sonhado em poder assitir uma continuação, não tenho tanta certeza que isso seja algo positivo do ponto de vista artístico.

The Matrix, apesar das falhas que os críticos tanto gostam de apontar, na minha opinião, é uma obra completa como, guardadas as proporções, Star Wars.

Resta-nos esperar para ver se os rumores se confirmarão e torcer para que os filmes não sejam tramas rasas com atores/atrizes "bonitinhos" e fugas apelativas do que se criou inicialmente.

E você, o que achou dessa notícia?