quinta-feira, 20 de março de 2014

Média cega, fala amolada



Desconfie de resultados mirabolantes que citam a média como única medida estatística de comprovação.

Por exemplo, você pode ouvir/ler por aí que o salário médio do brasileiro é de R$ 1.649, que o número médio de filhos por mulher (taxa de fecundidade), no Brasil, atualmente é de 1,8 ou que, na média, para cada barril de petróleo retirado um é água. Não, eu não me canso de usar este último exemplo.

O fato é que a média, analisada isoladamente, não diz muita coisa. A média não passa do valor intermediário entre os extremos da distribuição dos dados em questão.

Na faculdade de Matemática, que fiz no começo da década passada, tive um Professor de Estatística que dizia: "se eu como um frango e você nenhum, na média, cada um comeu meio frango, só que eu estou com indigestão e você com fome". Eu jamais vou esquecer dessa brilhante contextualização e toda vez que me lembro dela, mesmo agora, acabo rindo sozinho.

É claro que a média tem um poder de síntese, afinal, ela expressa, de certa forma, uma concentração dos valores numéricos obtidos na amostra em torno de um único valor. Então, na ausência de estatísticas mais completas, a média pode servir como guia de análise.

Entretanto, numa época em que temos computadores em nossas mãos e a computação de vestir está "estourando por aí", numa época em que a obtenção de dados suficientes para uma análise mais completa não é, na maioria dos casos, algo intangível, apresentar a média como se fosse o "suprassumo" das análises estatísticas, como acontece bastante nos meios de comunicação, é leviano e desonesto.

Isso me leva a afirmar o seguinte: quer uma análise dos seus dados que leve a conclusões válidas e úteis? Você tem duas opções: (a) estude Estatística, (b) consulte um(a) estatístico(a) ou alguém que também tenha bons conhecimentos em Estatística.

Senão você pode acabar com indigestão ou fome.

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